Desvendando o Stress
Uma das primeiras teorias do stress, apresentada pelo fisiologista Walter Bradford Cannon em 1914, ainda antes da palavra ser utilizada com o sentido atual, foi a chamada “teoria da luta ou fuga” (fight-or-flight). Segundo essa teoria, baseada nas reações de animais e humanos, em situações de emergência, o organismo se prepara para “o que der e vier”, ou seja, para lutar ou fugir. A fuga gera um aumento de adrenalina. O stress então foi definido como uma resposta fisiológica e comportamental a algo que aconteceu ou está para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba o nosso equilíbrio.
Estudos empíricos também observaram outro tipo de reação, chamado “busca de apoio” (tend-and-befriend). Essa outra reação ao estresse caracteriza-se pela busca de apoio, proteção e amizade em grupos.
Hoje em dia já se tem um conhecimento mais amplo sobre o assunto, devido ao aumento de causas e efeitos do stress nos indivíduos.
Entende-se stress como um conjunto de alterações biológicas detonadas quando as pressões sobre o nosso corpo são maiores do que podemos suportar. Estas alterações biológicas ajudam-nos a responder melhor a estas pressões, porém, quando mantidas por muito tempo, acabam enfraquecendo nossas defesas, deixando-nos a mercê das principais doenças decorrentes do stress: hipertensão arterial, fadiga, insônia, ansiedade, úlcera, gastrite, etc, e o stress deixa de ser proveitoso e começa a prejudicar gravemente a saúde, a alterar o humor, a produtividade, os relacionamentos e a qualidade de vida, em geral. São as diferentes fases do stress.
Podemos definir o stress como o “desgaste” que o nosso organismo sofre à medida que nos relacionamos com o meio em constante mudança. O stress é benéfico ou prejudicial dependendo da forma como reagimos ao ajuste que temos de fazer em diferentes circunstâncias da vida.
Inicialmente, o stress pode ser positivo. Sem stress, a civilização como a conhecemos, não seria possível. Imagine os primeiros homo sapiens sem ter que se preocupar com nada, tendo tudo ao alcance das mãos: comida, abrigo, segurança, etc, sem nunca ter que passar pelo sentimento de fuga, com certeza ainda estaríamos vivendo daquele jeito.
Entende-se que o stress não é algo ruim se for equilibrado. Afinal, sem ele, o ser humano ficaria vulnerável e não conseguiria lutar, trabalhar ou criar com a necessária agressividade.
Mas o stress passa a ser prejudicial quando é excessivo ou se tem falta de controle sobre ele. Devemos saber reconhecer os seus sinais e sintomas e, consequentemente, tomar medidas para minimizar os efeitos do stress.
O corpo todo funciona como uma orquestra afinada que quando diante de uma grande tensão, apresenta cansaço de alguns de seus “membros”, os quais começam a dar sinais de cansaço e já não trabalham mais em sintonia. A orquestra do corpo toca o ritmo da vida, com equilíbrio preciso. Porém, quando o stress ocorre, esse equilíbrio é quebrado e não há mais entrosamento entre os vários órgãos e cada um trabalha em um compasso diferente.
Segundo especialistas, nossa natureza busca o equilíbrio por um impulso natural e, quando este não acontece, o organismo faz um esforço extra para restabelecer o equilíbrio anterior. É esse esforço que vem a ser a resposta adaptativa do ser humano, que às vezes exige um considerável desgaste e utilização de reservas de energia física e mental.
Quando esse esforço atinge o limite que o indivíduo poderia suportar, e quando os estímulos estressantes são contínuos e de longa duração, ele pode se transformar em doenças.
Se você quer saber mais sobre stress, compreendê-lo e administrá-lo de forma inteligente e produtiva para utilizar essa energia a seu favor, venha na palestra sobre Gestão do Stress, dia 20 de março, às 21h.